terça-feira, 21 de abril de 2015

Canto de Mangas Arregaçadas #14

Coragem, Jardel!

Serão poucos os que gostam de futebol e não sentem prazer em jogar uma peladinha com os amigos. Independentemente da habilidade de cada um, às tantas é muito mais do que dar uns pontapés na bola. É um escape para os problemas da vida, uma maneira de libertar o stress acumulado, é simplesmente estar com os nossos amigos.
É isso que move também a maior parte dos jogadores amadores, que acumulam o emprego diário com os treinos e jogos.
Acredito que esse seja o caso de "Jardel", ou melhor, Emanuel Soares.

"Jardel" foi notícia pela piores razões e num filme visto demasiadas vezes, ao cair inanimado durante uma partida de futebol, estando agora entre a vida e a morte.
A notícia do JN diz que "Jardel" esteve sem jogar durante dois anos, devido a problemas de saúde. "Recuperou e, há meio ano, realizou uma extensa bateria de exames médicos sob observação de um cardiologista. Conseguido o aval clínico, o avançado aceitou o convite do Águias de Eiriz para regressar ao futebol, cotando-se como um jogador de grande importância na formação orientada por José Manuel."
"Jardel" é pai de uma menina de sete anos e de dois gémeos de três meses. A maior parte das pessoas questionará porque voltou ele a jogar depois de tantos problemas de saúde. Eu volto a dizer que o futebol é muito mais do que mandar uns pontapés na bola. Acredito que ele partilha da minha opinião. E quando elas têm de acontecer, acontecem seja a jogar futebol ou a dormir.
Coragem, Emanuel! Estamos todos a torcer por ti.


Pedro Gabriel

"Canto de mangas arregaçadas" é uma coluna de opinião cobrada à terça-feira e que pode sair sob a forma de texto, imagem ou vídeo, dependendo da forma do autor.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Canto de Mangas Arregaçadas #13


Eduardo Galeano (1940-2015)

“Todos los uruguayos nacemos gritando gol y por eso hay tanto ruido en las maternidades”.

“Yo quise ser jugador de fútbol como todos los niños uruguayos. Jugaba de ocho y me fue muy mal porque siempre fui un pata dura, terrible”

“La pelota y yo nunca pudimos entendernos, fue un caso de amor no correspondido”

“También era un desastre en otro sentido: cuando los rivales hacían una linda jugada yo iba y los felicitaba, lo cual es un pecado imperdonable para las reglas del fútbol moderno”

“Una vez por semana, el hincha huye de su casa y asiste al estadio”

“Flamean las banderas, suenan las matracas, los cohetes, los tambores, llueven las serpientes y el papel picado; la ciudad desaparece, la rutina se olvida, sólo existe el templo. En este espacio sagrado, la única religión que no tiene ateos exhibe a sus divinidades”

“Corre, jadeando, por la orilla. A un lado lo esperan los cielos de la gloria; al otro, los abismos de la ruina” (sobre el jugador).

“En su vida, un hombre puede cambiar de mujer, de partido político o de religión, pero no puede cambiar de club de fútbol”

“El gol es el orgasmo del fútbol. Como el orgasmo, el gol es cada vez menos frecuente en la vida moderna”

“La red era el encaje de novia para una niña perfecta”

“Creo que Messi es como un caso único en la historia de la humanidad, porque es alguien capaz de tener una pelota adentro del pie. Siempre se dice que Maradona la llevaba atada, pero Messi la tiene adentro del pie, y eso científicamente es inexplicable, pero vos ves que lo persiguen 7, 11, 22 rivales para sacarle la pelota y no hay manera de sacársela. ¿Porqué? Porque la buscan afuera del pie, y está adentro”.

Via conmebol.com


Pedro Gabriel

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terça-feira, 7 de abril de 2015

Canto de Mangas Arregaçadas #12


Marco Silva no purgatório

O que aconteceu em Paços de Ferreira não foi propriamente uma novidade. Começar a ganhar, ter oportunidade para matar o jogo mas consentir o empate. Com este, foi o nono.
Se por um lado temos uma equipa que consegue praticar bom futebol, com identidade e que entusiasma a bancada, não é menos verdade que falta, demasiadas vezes, “matar o jogo”.
Marco Silva chegou ao Sporting proveniente do Estoril, naquela que foi a sua primeira experiência como treinador. Naturalmente, é uma realidade diferente, quer em termos de pressão, de objectivos, etc. A própria abordagem aos diferentes momentos do jogo tem de ser diferente. Aqui começa o primeiro pecado de Marco Silva: a mentalidade. Se o 1-0 do Estoril em Paços de Ferreira poderá fazer com que a equipa recue e dê a iniciativa de jogo ao adversário, o que até faz sentido, no caso do Sporting isso nunca pode acontecer. É preciso marcar, pelo menos, o golo da tranquilidade. No último jogo, a equipa teve muitas oportunidades para o fazer. Mas não é aqui que atribuo a culpa a Marco Silva.
Depois dos inúmeros falhanços, a equipa recuou em demasia, perdendo o controlo do meio-campo e deixando de ter bola, dando ao Paços de Ferreira a oportunidade de fazer o jogo que mais gosta, o que é raro naquele tipo de equipas.
Aos 74’, por alturas do golo do empate, Marco Silva ainda não tinha mexido na equipa, quando havia jogadores em claro défice físico (Carrillo, João Mário) e de rendimento (André Martins).
Lembro-me de ter comentado com o meu pai, dez minutos antes, que aquilo viria a acontecer se não houvesse mudanças no meio-campo, p.e., Rosell por A. Martins/João Mário.
Sofrido o golo do empate, começa o segundo pecado de Marco Silva: a troca de Slimani por Montero. Numa altura em que seria previsível o típico “chuveirinho”, era importante ter jogo aéreo forte, que deixou de existir com a saída do argelino. Slimani mais fixo na área e Montero mais móvel.
Na segunda substituição, Marco Silva lá arriscou tirando João Mário e colocando Mané, só que o mal já estava feito. Já nem comento a entrada do Capel…
Porquê então o título desta crónica? Sou defensor da continuidade de Marco Silva. O Sporting já foi um cemitério de treinadores, com os resultados que se conhecem. Queremos construir uma equipa cada vez melhor, com processos assimilados. Marco Silva consegue colocar as equipas a praticar bom futebol. Mas terá, também, de aprender com esta primeira época. Tem de perceber que o 1-0 durante o jogo não é suficiente porque basta um remate à outra equipa (como o Paços fez) para deitar fora dois pontos. Porque se queremos ser campeões, não podemos desperdiçar pontos desta maneira.
Caso a Taça de Portugal venha parar a Alvalade, penso que podemos dar esta época como positiva e onde todos, desde presidente a adeptos, tiveram de aprender. Marco Silva está entre o céu e o inferno e terá de ver se quer ficar na história do Sporting ou se pretende ser apenas mais um Paulo Sérgio desta vida…

Pedro Gabriel

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quinta-feira, 2 de abril de 2015