quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

‘Eu queria mesmo, era ver o Maradona’ - por Tiago Soares

Eu queria mesmo, era ver o Maradona

Era uma qualquer manhã, da segunda semana de Setembro, de 1989. Na mítica porta 10-A do Estádio de Alvalade, o rebuliço sai e entra, ou seja, está instalado. Não era uma manhã como qualquer outra: era uma das manhãs que antecedia a chegada a Lisboa do maior 'mágico' do mundo: Diego Armando Maradona, o homem que fazia desaparecer a bola dos olhos adversários e fazê-la aparecer na baliza. 'El Pibe', no auge da sua carreira, ia aterrar na Portela, com os seus colegas que equipavam um azul estranho com patrocínio da 'Mars' e que se iriam sagrar campeões italianos nessa época, em Maio de 1990, título ganho com uma vantagem de dois pontos sobre o AC Milan dos 'holandeses'.

Mas o mais importante neste início de texto, é que nessa manhã da semana do 14 de Setembro de 1989, eu fui a Alvalade. Carlos Manuel, meu antigo ídolo na Luz (a minha primeira camisola do Benfica tem o número 6 por alguma razão) tinha-se mudado para aquele lado da segunda circular, mas não era por isso que eu ali estava. O meu Pai foi buscar convites para o Sporting-Nápoles que se jogava dali a poucos dias e eu fui com ele, na esperança de os italianos, aliás, Maradona,já ter chegado e andar por ali a treinar. Nada de Maradona nem de italianos, como é óbvio e sobrou-me ficar sentado no degrau da porta 10-A, enquanto o meu Pai esperava o amigo dele da direcção leonina, que lhe ia levar os bilhetes para a magia.

Naquele tempo, com 9 anos, lembro-me de ficar fascinado quando a RTP, pelas 23h de domingo, no então segundo canal, transmitia jogos grandes do Calcio e uma noite deu o Nápoles-AC Milan, com Maradona, Careca e Alemão contra Baresi, Gullit e Van Basten. Era como se a minha televisão estivesse a transmitir imagens de outro planeta. Um fascínio total.

Mas voltando à curva que dava para o campo de treinos de Alvalade, sentado na porta, vejo chegar o dirigente do Sporting, que cumprimenta o meu Pai, troca alguma conversa e entrega o passaporte para o espectáculo que mal se sabia, em Portugal, seria único. Levanto-me, cumprimento o senhor e nisto sai da 10-A, o jogador brasileiro Douglas. O amigo do meu Pai chama-o imediatamente, apresenta-o e o médio, que usava o número 8, pergunta-me se sou do Sporting, ao que respondi que não, que era do Benfica. Douglas sorriu e mesmo assim disse que ia dar-me uma coisa. Voltou a entrar no estádio e cinco minutos depois volta com um fato de treino completo do Sporting, dobrado num plástico, com o patrocínio da Nissan, em letras bem à vista. Cordialmente aceitei, agradeci e Douglas não me exigiu a mudança de clube, como seria de esperar depois de tal oferta. Limitou-se a um aperto de mão e partiu. 

Não foi o único a ir embora. Assunto resolvido dos convites e vamos para casa. Poucos metros andados após a 10-A, estico o fato treino ao meu Pai e digo-lhe: 'Toma. Dá a quem seja do Sporting. Eu queria mesmo, era ver o Maradona'. 

O resto? O resto é história no relvado do Estádio José Alvalade, a 14 de Setembro de 1989.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

'El Cholo'


A Bundesliga está de volta!

Há uns anos, a Alemanha reformulou por completo a abordagem até então dada ao futebol do país. Os frutos já começaram a ser colhidos, com o título mundial recentemente conquistado, selecções jovens que garantem futuro e um campeonato cada vez mais apetecível.

Esta promoção é um exemplo do acréscimo de qualidade imprimido. O futebol como quality brand, que chama patrocinadores e garante exportação para outros países, com as consequentes receitas.

É um exemplo para Portugal, que necessita urgentemente de uma mudança. Para isso, será necessário mudar mentalidades mas, acima de tudo, mudar pessoas.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Canto de mangas arregaçadas #2

Eu, rossonero, me confesso

Tive a oportunidade de ver o último jogo do Milan, frente à Lazio. A equipa de Roma esteve a perder por 1-0 mas deu a volta na segunda parte acabando por vencer 3-1.
Este resultado atirou o conjunto de Milão para o 9.º lugar, com 26 pontos, a “meros” 23 (!) da líder Juventus, isto à 20.ª jornada.
O jogo é o ponto de partida para este texto, onde pretendo fazer a comparação, posição a posição, entre o onze inicial do Milan frente à Lazio e um onze da época 2010/2011, em que o Milan se sagrou campeão pela última vez (e o último campeão antes da hegemonia da Juventus).
Em termos de qualidade, as diferenças são abismais. Os problemas financeiros não desculpam tudo. Estamos a falar de um intervalo de apenas quatro anos…

(A vermelho o jogador do plantel actual. A preto o de 2010/2011)

Guarda-Redes

Christian Abbiati – Um histórico rossonero, capaz do melhor e do pior. Já fez exibições de luxo como jogos desastrosos. O veterano de 37 anos era titular no último título do Milan. Ainda continua no plantel mas como suplente de Diego Lopez.
Diego Lopez - Já tinha experiência acumulada quando chegou ao Bernabéu mas se já não é fácil pontificar no balneário merengue, mais difícil se torna quando se é aposta do treinador em detrimento de Iker Casillas. Com Ancelotti voltou à condição de suplente pelo que a saída para Milão foi vista com bons olhos. Titular indiscutível.

Defesa-direito

Gianluca Zambrotta – O plantel de 10/11 era rico em experiência pelo que vão ler muitas vezes a palavra “histórico”. Zambrotta era um deles embora tenha ganho esse estatuto ao longo de sete épocas de Juventus. Campeão do Mundo em 2006, viajou para Barcelona tendo saído antes do período áureo ‘culé’. No Milan, emprestou qualidade e classe.
Ignazio Abate – Fez alguns jogos como titular em 2010/11 e é dono do lugar na época atual. É o chamado “bom defesa mas nada de extraordinário”. Nos jogos de computador é grande bomba, na realidade é vivaço, vá.

Defesas-centrais

Thiago Silva – O brasileiro era, à altura, titular de caras, fazendo com Nesta uma dupla sólida no centro da defesa. Para além da qualidade, a concorrência também facilitava a titularidade: Bonera, Yepes, Legrottaglie…
Alessandro Nesta – Nome que dispensa apresentações. Esteve 9 épocas ao serviço da Lazio e 10 ao serviço do Milan. Foi campeão nos dois clubes e era dos mais titulados do plantel. Na memória ficam as duplas feitas com Costacurta, Maldini ou Stam.

Créditos: Getty Images
Philippe Mexès - Declaração de interesses: detesto Philippe Mexès, como futebolista e como pessoa. Acho que foi das piores contratações do Milan nas últimas épocas. É miserável e já o era na Roma. No último jogo conseguiu perder as estribeiras e agarrar Mauri pelo pescoço como se fosse um membro da máfia. Com 32 anos, já cheira a dispensa.
Alex – Percebe-se a intenção da contratação do brasileiro. Central experiente, possante e com uma mais-valia nas bolas paradas. É, no meio daquela desgraça chamada defesa, dos poucos que se safa embora a concorrência também ajude. Bonera ainda lá anda, por exemplo…

Defesa-esquerdo

Luca Antonini – Era uma espécie de Abate mas sem a sorte de ainda estar no clube. Antonini repartia as vezes com Marek Jankulovski embora este estivesse na fase final da sua carreira no Milan. Aplica-se a máxima de Abate mas cumpria o seu papel.
Pablo Armero – A chamada contratação “WTF?!”. Só está aqui porque foi titular com a Lazio. De resto, De Sciglio pode (e deve) fazer a lateral esquerda.

Médios centro

Gattuso – O italiano assustava os adversários só pelo aspecto. Era um todo-o-terreno, um gladiador que fazia o trabalho sujo. Na posição em que jogava só podia ser assim. Agora há De Jong. Bom mas não é Gattuso…
Pirlo – Se Gattuso era a força bruta, Pirlo era o cérebro. Que classe de jogador! Confesso que é daqueles que me enche as medidas, o box-to-box que o Milan/Allegri (?) deixou de querer. Aproveitou a Juventus. Pirlo faz a festa desde que se mudou para Turim. E já se sabe, “No Pirlo, no party!”.

Créditos: USA TODAY Sports
Andrea Poli – Olhamos para a dupla anterior e para Poli/Montolivo e percebemos o desânimo dos adeptos do Milan. Poli prometeu muito na Sampdoria e era até uma contratação lógica. A verdade é que não pegou de estaca. Serve como médio de reserva
Ricardo Montolivo – É um jogador com técnica acima da média mas propenso a lesões, o que impede que seja regular no onze. É uma pena porque Montolivo é dos poucos com classe neste Milan. Se conseguir aguentar-se ainda é titular no meio-campo.

Médio ofensivo centro

Clarence Seedorf – Como o vinho do Porto. Seedorf entrava e emprestava classe. A idade não permitia grandes aventuras mas sabemos como o treino físico italiano prolonga a energia dos jogadores. Já não se fabrica disto.
Marco Van Ginkel – Chegou por empréstimo do Chelsea mas talvez seja demasiado novo para a ocasião. Não está em causa a qualidade mas, para a posição que ocupa, é necessário alguém com mais traquejo.

Médio ofensivo esquerdo

Ronaldinho/Robinho – Apesar de ter saído a meio da época, o primeiro merece estar aqui. Ronaldinho foi, muitas vezes, o toque de genialidade que toda a grande equipa deve ter. Na ausência dele, Robinho tentou assumir as despesas mas sem sucesso…
Giacomo Bonaventura – Chegou esta época proveniente da Atalanta. Tem potencial para ser essencial embora, aos 25 anos, tenha de deixar de ser uma aposta para começar a ser uma certeza. Para ir seguindo.

Médio ofensivo direito

Alexandre Pato – O plantel de 10/11 tinha uma grande vantagem. Os jogadores faziam mais do que uma posição pelo que era frequente vê-los a trocar durante a partida. Alexandre Pato estava au point quando se sagrou campeão italiano. É uma pena que não tenha dado seguimento mas a qualidade estava (está?) lá.
Stephan El Shaarawy – Outra vítima das lesões. Quando começa a ganhar boa forma, regressa ao estaleiro. Tem apenas 22 anos mas muito potencial. Se conseguir aguentar-se nas canetas pode ser um caso sério.

Ponta-de-Lança

Créditos: Sport H 24
Zlatan Ibrahimovic – Podia escrever muito sobre Ibra mas o nome diz tudo.
Jérémy Ménez – Olhei com desconfiança para esta contratação. É certo que não atingi o nível de cólera Mexés mas havia algo que me fazia desconfiar de Ménez. Parece-me aquele jogador que só joga quando está para aí virado. Mas dou a mão à palmatória, tem sido dos melhores esta época.


Menções Honrosas

2010/2011 - Bonera (eu sei mas o homem ainda safou muito), Van Bommel, Ambrosini, Boateng, Inzaghi
2014/2015 - Rami, Muntari, Essien, Honda, De Jong.  

Misters

Massimiliano Allegri – Campeão na época de estreia pelo Milan foi deteriorando-se à medida que o tempo avançava e o plantel ficava pior. Não há milagres. Agora na Juve prepara-se para conquistar mais um Scudetto.
Pippo Inzaghi – No meio da salganhada é complicado fazer algo. Talvez não estivesse ainda preparado para assumir a primeira equipa (tal como Seedorf) mas o principal problema não é dele, parece-me.


Pedro Gabriel


"Canto de mangas arregaçadas" é uma coluna de opinião cobrada à terça-feira e que pode sair sob a forma de texto, imagem ou vídeo, dependendo da forma do autor.

domingo, 25 de janeiro de 2015

O adeus de Roman

Juan Roman Riquelme, o último dos ´10´no mundo, anunciou a sua retirada do futebol profissional.

"Porque abandonei o Argentinos Juniors após a subida? Nunca poderia jogar contra o Boca..." - Juan Roman Riquelme

'And then she named me, kung fu'

25 de Janeiro de 1995, Selhurst Park.


"When the seagulls follow the trawler, it's because they think sardines will be thrown into the
sea. Thank you very much."  - Eric Cantona

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Wenger e Tango

                                               Arséne Wenger, como jogador, no Estrasburgo

Ainda a propósito de Trezeguet


Foto colocada no Twitter oficial do @AS_Monaco

#JeSuisTrezeguet

É mais um jogador que se retira do futebol embora já o tivesse feito dos grandes palcos internacionais.
David Trezeguet era o típico ponta-de-lança, passando muitas vezes ao lado do jogo mas fazendo a diferença nos momentos decisivos. O ponto alto da carreira foi o golo de ouro frente à Itália na final do Euro 2000.

P.S. - Olhando agora para aquela equipa da França, difícil era não conquistarem nada. Que luxo!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Canto de mangas arregaçadas #1

Como os fins de uma era conseguem ser diferentes: de Maldini a Gerrard


Créditos: MaisFutebol
No início do ano, Steven Gerrard anunciou a sua saída do Liverpool, após 25 anos de serviço naquele clube (entrou com 9). O provável destino do médio internacional inglês será os LA Galaxy.
Importa perceber as motivações de Gerrard para tomar tal decisão que, como o próprio confessou, foi “a mais difícil da vida”.
No comunicado divulgado no site dos ‘reds’, Gerrard afirma que a decisão prende-se com a vontade de experimentar “algo novo” antes de terminar a carreira. Com muitos anos de casa, é normal que exista cansaço psicológico, alicerçado no facto de o Liverpool não viver a melhor das alturas a nível desportivo. Isto não pondo em causa o amor de Gerrard ao Liverpool e fazendo fé que não existe mais nada que force uma saída, como conflitos internos.

Apesar de fazer lembrar Frank Lampard, o caso do médio ex-Chelsea acaba por ser diferente em vários aspectos, uma vez que não iniciou a carreira nos ‘blues’  e foi o próprio clube que revelou intenção de não renovar contrato.
A verdade é que Lampard foi para os EUA mas regressou a Inglaterra para representar o Man. City, um dos rivais do antigo clube. Lá se vai a tese do amor incondicional, já para não falar da suspeição à volta do negócio. Lampard não fez qualquer jogo em terras do “Tio Sam”…
Conseguirá Gerrard resistir à tentação de voltar a Inglaterra, mesmo tendo dito que não queria um clube que lutasse contra o Liverpool? Acredito que manterá a promessa.

Créditos: Wikipédia
Maldini, Baresi, Puyol…

No reverso da medalha encontram-se jogadores que começaram e acabaram a carreira no mesmo clube. Relembro Franco Baresi (Milan 1977-1997), Paolo Maldini (Milan 1984-2009) ou Carles Puyol (Barcelona 1996-2014). E sem esquecer também Francesco Totti, ainda no activo.
A carreira destes jogadores, e de tantos outros não citados, vai além do obrigatório profissionalismo. São casos crónicos de amor a uma instituição e a tudo o que nela está englobada, desde a importância no balneário ao tratamento aos adeptos.
Naturalmente, as pessoas não são iguais mas nos casos que referi não houve vontade de experimentar novos campeonatos nem pressa dos clubes em mandar os jogadores embora.
Não critico Gerrard ou Lampard pelas suas decisões mas os exemplos de Maldini, Baresi ou Puyol são os que mais ajudam um clube a construir e manter a tão aclamada mística.

Pedro Gabriel


"Canto de mangas arregaçadas" é uma coluna de opinião cobrada à terça-feira e que pode sair sob a forma de texto, imagem ou vídeo, dependendo da forma do autor.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

domingo, 18 de janeiro de 2015

No banho com...Malcolm Allison


O inglês Malcolm Allison, um 'gentleman', na banheira com a estrela 'porno' da altura, Fiona Richmond, nos balneários do Crystal Palace.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

A selfie de Totti, versão Subbuteo

Era bonito de ver, "Fenómeno"

"O brasileiro Ronaldo, que tinha abandonado o futebol em fevereiro de 2012, admitiu que pode voltar a calçar as chuteiras no clube onde é acionista, o Fort Lauderdale Strikers, da segunda liga dos Estados Unidos
'O Fenómeno', apontado como um dos melhores avançados de sempre do futebol mundial, tinha deixado os relvados depois de uma sucessão de lesões, mas agora admite, aos 38 anos, voltar a jogar pelo clube norte-americano.

"Se o meu corpo o permitir, voltarei a jogar, sobretudo se chegarmos à final [da segunda liga dos Estados Unidos], que é o nosso grande objetivo", disse, em conferência de imprensa, o jogador que se sagrou campeão mundial pelo Brasil em 1994 e 2002.

A antiga estrela de clubes como o Barcelona, Real Madrid ou Inter de Milão não quis dar muitas pistas sobre o eventual regresso à competição, mas lá admitiu que o seu desejo é "jogar alguns jogos" pelo Fort Lauderdale Strikers, do qual detém 10 por cento das ações.

"Tentarei jogar alguns jogos. Este ano quero treinar muito. Nos últimos três não tive oportunidade, em virtude de um calendário ocupado com outras atividades. Se chegarmos à final e se me sentir bem, porque não?", disse o brasileiro.

Sobre a hipótese se vir a ser treinador da equipa, Ronaldo descartou o cenário, pois entende que o cargo é uma "tarefa complicada" por ter de gerir "tantas personalidades".

"Não posso ser treinador porque é muito difícil ter 30 jogadores num plantel que pensam de formas diferentes", admitiu 'O Fenómeno'.

Ainda quando eram prémios distintos, Ronaldo foi galardoado com a Bola de Ouro da France Football em 1997 e 2002 e considerado o melhor jogador do mundo pela FIFA em 1996, 1997 e 2002.

A partir de 2010, FIFA e France Football associaram-se para atribuir um único prémio, a Bola de Ouro, troféu que o internacional português Cristiano Ronaldo acaba de vencer pela terceira vez."

in "OJOGO"

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

'Championship Manager' ou a ténue linha entre a glória e o fracasso


Parece-me importante começar por explicar esta foto, altamente anos 90, mas também altamente expressiva em termos de volume capilar. Da esquerda para a direita: Valderrama, clássico número 10 colombiano. Ao centro, René Higuita, autor daquela que é para muitos, a melhor defesa de sempre que podia ser número de circo. E à direita, o senhor que me fez escrever estas linhas hoje; Leonel Álvarez. O nome é desconhecido para muitos, certamente, à primeira. Mas se eu disser que era um dos melhores DL/ML do Championship Manager 2, alguns já o devem reconhecer. 

Leonel é apenas um de muitos nomes que povoam a nossa imaginação ou conversas de café entre velhos amigos, sobre aquele 11 que nos levou à glória em 1997, na segunda época no Real Madrid, ou quando pegámos num Aberdeen desta vida e em cinco anos o levámos à final da Champions, algo que contamos quase com uma lágrima no canto do olho e nos leva à típica frase "estás a dar-me vontade de jogar". Mas vamos situar a conversa. Estamos em 1996 e recebo o meu primeiro computador na vida. Até então, resumia-me a golos marcados sempre do mesmo lado nos velhos FIFA´s, na MegaDrive, alguns alugados ali no clube de vídeo do fundo da rua, que hoje é uma mercearia de indianos. Quando chegou o computador novo aqui a casa, chegaram também três jogos, generosamente gravados em várias disketes (para os mais jovens, consultem a wikipédia), compactadas em .arj pelo meu amigo PE: o 'Nascar', o 'Sensible Soccer' e...o Championship Manager. A primeira tentação foi o Nascar. Écran grande, máquina nova, a vontade era ver movimento e cor. Mas não me cativou. Depois o Sensible Soccer. A alegria de ter as equipas com nomes reais, a bola a rolar, o passe, o remate. Já havia ali algo mais atractivo. E no fim, o 'CM'. Era a Liga Italiana, com o grande AC Milan de Simone, Savicevic e do autor do meu primeiro golo de sempre no 'CM': Massaro! Inesquecível! Podem perguntar-me o nome das minhas professoras da primária, da primeira nota que tive na universidade, que nunca me vou lembrar, mas daquele momento..."Passe longo de Savicevic. Massaro recebe (Pausa. Aquela que nos metia o coração a mil. Vocês sabem do que estou a falar.) e marca! Golo do AC Milan!". E ali nasceu uma paixão. Os meus pais entravam no quarto e viam-me a olhar para o écran, com uma fotografia parada e uma pequena legenda em baixo a mudar. A questão é aquela que me acompanhou vários anos: "Mas o jogo e só isso? Não tem bonecos? Como és capaz de passar tantas horas nisso?". A todos ignorei com uma paciência estilo Capello/Artur Jorge, que é um misto de mal encarado com pachorrento. 

Os anos passaram e o 'CM' (isto ainda vai aparecer nas buscas de quem procura o Correio da Manhã no google) foi crescendo. Primeiro passou a oferecer o campeonato espanhol. Aí foi o auge (pensava eu). Brian Laudrup a fazer 92 assistências numa época, Sandro Fumero, um médio de excelência, Raúl, o matador com 60 golos num ano, Bodo Illgner o melhor guarda-redes do jogo e...Leonel Álvarez. É aqui que este desconhecido colombiano se torna uma estrela para mim. Muito antes de Tó Madeira, Tsigalko, Bakayoko, Aghahowa, Adu, Guarín, houve Leonel. Ele era defesa-esquerdo ou médio. A média andava sempre a bater nos 9.0. Algumas vezes encostava o Roberto Carlos. E a partir dali, nasceu um mito. 

A descoberta deve-se ao meu amigo A. que num belo save entre Manchester United e Newcastle, disputado durante várias semanas mal saíamos da escola, apostou neste rapaz e o fez conhecido. A mim deu-me muito jeito quando treinei o Real Madrid (pela última vez entre 'CM/FM', diga-se). Depois veio a ligação pelo Newcastle de Ginola, Phillipe Albert, Beardsley, Ferdinand e Shearer, que me fez ir à P.Espanha comprar uma camisola alternativa falsa do clube de St.James Park, azul, com a sombra do centro de Newcastle no meio das riscas preta e branca. 

Em 1999 o 'CM' traz várias ligas e torna tudo em delírio. Lembro-me como se fosse hoje, do meu amigo JC aparecer na sala de aula e dizer: "Tiago, já sabes?? o 'CM' vai ter bué ligas para escolher e jogar!". Ali percebi que o mundo nunca pára e afinal havia algo bom para além da miúda de Artes que se tinha metido comigo numa visita de estudo. Aulas seguidas a fazer tácticas enquanto as professoras davam a matéria. Nomes e nomes anotados em cadernos que ainda hoje tenho religiosamente guardados, para ir ver e tentar comprar mal chegasse a casa. 

Até que em 2004 chega a evolução do 'CM'. Por entre uma história de negócio e mudança, a saga muda para 'Football Manager' e passamos a ver o jogo em 2D, numa forma a que carinhosamente chamávamos de 'caricas'. E  ali, já com a internet e o online presentes na nossa vida, seguiram-se muitos, muitos saves míticos. Histórias que davam livros mas deixo aqui apenas uma e vivida com o meu companheiro de Webesférico, Pedro Gabriel, num Barça (Eu) - Real Madrid (Pedro) em 2006:  Final da Champions e este jogo incrível entre os dois...4-2 para o Real ao intervalo...4-4 no fim dos 90 minutos...6-4 no fim da 1ª parte do prolongamento para o Real...6-6 conseguido por mim aos minuto 120 com um auto-golo e 7-6 ao minutos 121! E tudo sem caricas, nem 3D. Tudo vivido lendo apenas a legenda e o comentário a piscar a cada golo. Murros na mesa, saltos de alegria, a passagem da festa à incredulidade, nos minutos 120 e 121.  No fundo, a essência do jogo 'manager' e daquilo que é mais bonito no futebol: a ténue linha entre a glória e o fracasso.


Tiago Soares

Não há-de ser ninguém importante...

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Schweinsteiger: "Kahn falou-me pela primeira vez em 2005."


"Estreei-me no Bayern em 2002. No cacifo ao meu lado estava Oliver Kahn. Falou-me pela primeira vez em 2005."

Bastian Schweinsteiger

A homenagem do L´Équipe às vítimas do Charlie Hebdo


Há 98 anos nascia Otto Glória

Com passagens pelo Benfica, Belenenses, Sporting e FC Porto, Otto Glória foi ainda seleccionador nacional, conseguindo o terceiro lugar no Mundial de 1966.

Otto Glória (à esquerda) juntamente com o presidente do Benfica na altura Adolfo Vieira de Brito e Eusébio
Créditos: serbenfiquista.com

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Paolo Maldini Vintage


Pirlo é como o vinho...de Brescia

Há quem diga que Andrea Pirlo (35 anos), é como o vinho do Porto: Quanto mais velho, melhor. Mas o '21' da Juventus, leva a ligação ao vinho mais além.  Pirlo, é dono de uma exploração vinícola, em Pratum Coller, perto de Brescia (Itália) e que produz quatro tipos de vinho: Rosé, branco e duas variantes de tinto. O último relatório, apontava uma produção anual na ordem das vinte mil garrafas por ano.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

José Maria Pedroto

1951: Remate de José Maria Pedroto (Belenenses) e defesa de Barrigana (FC Porto).
                                               Foto: Belenenses Ilustrado

True story :/

Fonte: Troll Football

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Pablo Aimar: "Há muito tempo que queria voltar, mas não conseguia"

                                                                                              Foto: Prensa River
Aimar regressou ao River Plate, 14 anos depois de ter saído do Monumental com destino ao Mestalla (Valencia). 'El Mago' está a participar na pré-época dos 'Millionarios', mas ainda a recuperar das duas operações a que foi sujeito, recentemente, ao pé direito: "Não há prazos. Vamos com calma para que tudo corra bem. Coloquei-me à disposição da estrutura do River, disseram que me iam ajudar e estou satisfeito. Fiz duas operações, por isso, não vim antes. Em Agosto não podia vir porque não estava ao nível que um clube como o River exige. Agora notei melhorias e com a ajuda do clube tudo pode correr bem", disse o antigo camisola 10 da camisola branca com risca diagonal vermelha, onde venceu cinco títulos argentinos. Saviola, pouco utilizado em Verona, Itália, pode ser o senhor que se segue, a chegar a Buenos Aires.

Terceiro equipamento do Boca Juniors para 2015

É verão em Buenos Aires, o que significa pré-época no futebol argentino. E aproveitando a pausa, o Boca Juniors lançou o seu terceiro equipamento para 2015. A nova camisola do clube da Bombonera é toda amarela com alguns detalhes a azul e é uma edição limitada.

Quando derrotar o Barça dá aquele vibe...


(ver com som)

Olha que isso não te serve, Adebayo!

Akinfewa, o poderoso jogador do Wimbledon, marcou ontem um golo frente ao Liverpool, insuficiente, no entanto, para garantir a vitória.
No final, levou a camisola autografada do emblemático Steven Gerrard.


segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Início do Lazio-Sampdoria, esta noite.

Akinfewa. 102kg. Jogador do Wimbledon.

Sugestão Webesférico: 'Kaiser Magazine' de Janeiro, GRÁTIS

A 'Kaiser Magazine' está a oferecer, online, a leitura do primeiro número de 2015. A 'Kaiser' é uma das maiores referências de revista de futebol a nível mundial, com excelentes entrevistas e artigos elegantes sobre outro lado do desporto-rei. Recomendamos a leitura.

http://www.kaisermagazine.com/ultimo-numero/

...AC Milan...2013/14...


AC Milan...2003/2004...

Ainda havia Rui Costa, Nesta, Rivaldo, Maldini, Serginho, Schevchenko...

Rachar lenha nas pernas do adversário

Vinnie Jones, ex-jogador de futebol (!) e actualmente actor, celebra hoje meio século. Vale a pena relembrar a figura nos seus tempos áureos.


Van 9ersie - Melhor golo de 2014?


                                                                             (Foto: Fox Sports)

domingo, 4 de janeiro de 2015

O novo Webesferico


O Webesférico voltou, com novo conceito e imagem, mas sobretudo com uma mensagem diferente sobre a visão que podemos ter sobre o futebol. Aqui vamos oferecer e reunir histórias, imagens e frases, num verdadeiro estádio de sonho.

Este "novo" projecto não teve pressa de nascer e não pretende superar ninguém. Apresenta-se de forma minimalista porque acreditamos que o mais importante será sempre o seu conteúdo. É normal que nem tudo comece a funcionar a 100% mas com o passar do tempo vamos criando um espaço cada ver melhor.

Também não pretendemos discutir o fora-de-jogo, se o golo foi bem ou mal anulado. Não fugiremos a essas questões mas elas não serão as mais importantes.

Estaremos em força nas redes sociais, nomeadamente no Facebook, Twitter e Instagram, cada uma com as suas características, portanto não se esqueçam de nos adicionar aos favoritos, partilhar, comentar. Porque este espaço também será vosso.