Como os fins de uma era conseguem ser diferentes: de Maldini a Gerrard
Créditos: MaisFutebol |
Importa perceber as motivações de Gerrard para tomar tal decisão que, como o próprio confessou, foi “a mais difícil da vida”.
No comunicado divulgado no site dos ‘reds’, Gerrard afirma que a decisão prende-se com a vontade de experimentar “algo novo” antes de terminar a carreira. Com muitos anos de casa, é normal que exista cansaço psicológico, alicerçado no facto de o Liverpool não viver a melhor das alturas a nível desportivo. Isto não pondo em causa o amor de Gerrard ao Liverpool e fazendo fé que não existe mais nada que force uma saída, como conflitos internos.
Apesar de fazer lembrar Frank Lampard, o caso do médio ex-Chelsea acaba por ser diferente em vários aspectos, uma vez que não iniciou a carreira nos ‘blues’ e foi o próprio clube que revelou intenção de não renovar contrato.
A verdade é que Lampard foi para os EUA mas regressou a Inglaterra para representar o Man. City, um dos rivais do antigo clube. Lá se vai a tese do amor incondicional, já para não falar da suspeição à volta do negócio. Lampard não fez qualquer jogo em terras do “Tio Sam”…
Conseguirá Gerrard resistir à tentação de voltar a Inglaterra, mesmo tendo dito que não queria um clube que lutasse contra o Liverpool? Acredito que manterá a promessa.
Créditos: Wikipédia |
No reverso da medalha encontram-se jogadores que começaram e acabaram a carreira no mesmo clube. Relembro Franco Baresi (Milan 1977-1997), Paolo Maldini (Milan 1984-2009) ou Carles Puyol (Barcelona 1996-2014). E sem esquecer também Francesco Totti, ainda no activo.
A carreira destes jogadores, e de tantos outros não citados, vai além do obrigatório profissionalismo. São casos crónicos de amor a uma instituição e a tudo o que nela está englobada, desde a importância no balneário ao tratamento aos adeptos.
Naturalmente, as pessoas não são iguais mas nos casos que referi não houve vontade de experimentar novos campeonatos nem pressa dos clubes em mandar os jogadores embora.
Não critico Gerrard ou Lampard pelas suas decisões mas os exemplos de Maldini, Baresi ou Puyol são os que mais ajudam um clube a construir e manter a tão aclamada mística.
Pedro Gabriel
"Canto de mangas arregaçadas" é uma coluna de opinião cobrada à terça-feira e que pode sair sob a forma de texto, imagem ou vídeo, dependendo da forma do autor.
2 comentários:
Não posso deixar de lembrar o Luisão do SL Benfica. É certo que joga na humilde liga portuguesa e não tem a mesma dimensão dos acima referidos. Mas é um internacional brasileiro que tem no CV 11 anos de SL Benfica, 11 anos de futebol ao mais alto nível, 11 anos de cultura futebolistica. É raro, mas por cá também os temos.
Ps.: nem o Idalécio ficou tanto tempo no SC Braga
Abraço amigos. Alex
Com a diferença de que o Luisão não começou a carreira no Benfica. :)
Mas é, sem dúvida, um exemplo de longevidade. E é assim que se batem recordes.
Abraço, Alex!
Enviar um comentário